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“Não é sobre ser melhor que ninguém, mas sim ser a melhor Simone que eu posso ser.” Essa frase dita por Simone Biles, recentemente, no seu discurso de graduação, me atravessou de um jeito diferente. Porque fala de um lugar que vai além da comparação, fala de lapidar a si mesmo. De escutar o que ainda precisa de atenção e, com a mesma força, valorizar o que já é potência. Outro dia, enquanto estávamos no Vale do Silício, um grupo de empreendedores comentava sobre um mentor que estava mudando os rumos das startups que avam por ele. Uma grande amiga me cutucou e perguntou: “Você conhece o fulano de tal?” Minutos depois, vi um efeito manada acontecer na prática: começamos em cinco, logo éramos mais de vinte tentando absorver algo valioso, e em instantes, fundos de investimento também se aproximaram. Para além das modas ageiras, do interesse raso, do glamour dos “coaches” da vez ou dos que exploram a vulnerabilidade humana, falo das necessidades reais — de lapidação, de escuta, de evolução do produto, da gestão e, sobretudo, de si mesmo. Outro dia assisti novamente o clássico "O Discurso do Rei". O pai da Rainha Elizabeth, gago, precisou liderar a Inglaterra durante a Segunda Guerra Mundial. Seu maior desafio não era apenas político, era pessoal — comunicar-se. O mentor dele? Um fonoaudiólogo. Um treinador de voz que, com paciência e humanidade, ajudou um rei a encontrar sua expressão. Não é só simbólico, é profundamente real: todos nós, em alguma medida, precisamos de alguém que nos ajude a encontrar a nossa voz. Meu mentor não é fonoaudiólogo, não está no mainstream (embora eu viva pedindo que esteja mais rs), mas é um dos maiores presentes que a vida me deu. Empreendedor, professor, ser humano raro — Marco Gorini é alguém que, com sabedoria, arcabouço teórico e elegância de espírito, me ajuda a acomodar minhas vulnerabilidades e lapidar o que carrego de mais potente. Naquele dia, no Vale, entre tantos nomes e teorias, eu tive uma certeza silenciosa dentro de mim: Não preciso de outro, o meu já encontrei. E antes que alguém diga: “eu não preciso de mentor, já tenho minha fé”, ou “eu já sei o que preciso fazer”, ou ainda “meu diagnóstico está claro” — eu convido: reflita. Nem tudo que é essencial vem do que sabemos. Às vezes, vem de quem nos ajuda a enxergar de outro jeito, ou, como costumo dizer, daquilo que você não sabe que não sabe. *Ah, e nem vou contar o que ele fez no dia dessa foto por mim - fica para um próximo capítulo.* Minha gratidão publica a quem me ajuda a construir e reconstruir diariamente e um chamado a você: já encontrou seu mentor(a)? Marca essa pessoa aqui, talvez nem ela mesmo saiba dessa importância na sua vida.