Andrei Golfeto, MSc.

Gosto de analisar uma startup como se fosse o de combustível em um carro, quanto tempo de caixa temos disponível e quanto de caixa estamos queimando por mês. O ideal é pelo menos ter fôlego para seis meses, considerando o mínimo de crescimento 10% mês a mês em receita, e não queimar mais do que 15% do caixa em um mês. Isso permite você testar as coisas com segurança e ao mesmo tempo crescer em um ritmo bom. Se a startup não tem nem um sistema de gestão simples com os objetivos do mês, as prioridades e apostas, e fazendo um fechamento do que foi bom, ruim e o que vem por ai, é preciso dar uma o para trás e começar a fazer o básico bem feito!

Se você está pensando em fazer uma rodada de investimentos, o ideal é ter um plano de qual a necessidade de capital durante um período de 18 meses com os valores necessários para sair das metas atuais e em um cenário alcançável de projeção com pelo menos 10% de crescimento mês a mês em faturamento e base de clientes pelo menos, além de ir descontando o faturamento projetado durante o período. O importante é ser realista e fazer projeções baseadas em histórico. Além disso, você precisa ter clareza de como vai orquestar o GTM, no mínimo três etapas grandes de funil e três canais ou formas via marketing / vendas / produto, de como toda essa jornada vai conversar. Não deixe de definir claramente as barreiras de entrada tbm em relação ao mercado

Quanto você está em uma due diligence e caso tenha faltado alguma informação, gosto de ter uma visão do conjunto da obra como um todo que permite ignorarmos um ou outro detalhe. Procurar benchmarks consolidados do setor de forma geral seja internacionais ou nacionais, são ótimas formas para projetar o que poderia acontecer naquela tese em específico em cima da informação que está faltando. Além de consultar especialistas do tema, outros empreendedores, outros investidores, pode ser uma ótima forma para conseguir ar. Acho estranho só quando insistimos em uma informação isolada e o founder acaba perfumando, o que não nos gera o resultado que gostaríamos de saber o que realmente está no backstage.

Quando se fala sobre o aspecto financeiro de uma startup, sempre gosto de pensar que você precisa ter um ritmo de crescimento mensal acima de 10% em faturamento ou base de clientes. O ideal é ter pelo menos 6 meses de caixa, queimar não mais que 20% de caixa em um único mês. Conseguir manter uma estrutura salarial enxuta com o mínimo de pessoas possíveis para buscar sempre cada vez mais eficiência nos processos. Além disso, fazer investimentos como desenvolvimento do time e para explorar novas oportunidades de negócios podem gerar bons retornos a longo-prazo!

Em uma situação de conflito todo ponto de vista é a vista de um ponto. Importante é entender o que temos de expectativas e diferenciar de necessidades nos dois lados da mesa. Em uma startup para resolver esse tipo de situação precisamos ver quem conseguiu desenvolver uma visão melhor de longo-prazo que vai ser mais saudável para o sucesso futuro da empresa. Seja quem alocou mais e se comprometeu até aqui, ou quem poderia ser a parte favorecida que nos permita transparecer coerência ao time ou aos investidores quando formos comunicar a resolução em específico!

Para ter todo time alinhado a primeira coisa é refletir qual a cultura ideal queremos ter para alavancar nosso negócio. Isso depende de cada negócio, setor e perfil dos founders. A partir disso, precisamos recrutar pessoas que sejam alinhadas ao que acreditamos. Esse trabalho inicial já vai facilitar muito a pessoa estar em um ambiente de alto crescimento e se sentindo confortável para performar melhor. Com isso, você vai construindo confiança principalmente por meio da coerência e consistência entre entregar o que promete e ir se adaptando conforme as necessidades do negócio no dia a dia!