Princípios básicos de diplomacia e tato

– Enquanto estava na sala da minha colega Karen, desorientada com o comentário desagradável dela sobre nosso colega Paulo, eu tinha várias opções de reação. Uma opção seria demonstrar muita emoção e deixar clara minha desaprovação, ou até mesmo pedir a ela que parasse. Ou eu poderia dar um sorriso nervoso e menosprezar os comentários dela, dizendo algo como: “Você não pode ser tão negativa sobre o Paulo…” Reagir com tato envolve nosso comportamento e um equilíbrio complexo de várias competências, como ouvir com atenção, afinidade, polidez e, a mais importante, empatia. Precisamos desenvolver essas competências e saber usá-las da melhor forma, principalmente quando surgirem situações inesperadas ou difíceis. A diplomacia é um termômetro da situação, ou a mentalidade com que analisamos diferentes situações. É importante entender que nem sempre precisamos agir com tato e diplomacia. Aqui vai um exemplo comum. Você está no supermercado e vai comprar apenas um produto. A fila está grande, e não é comum furá-la. Porém, você pergunta com polidez à pessoa da frente, se ela se importaria de deixar você ar primeiro. Nessa situação, você pode ser polido, mas não é preciso analisar as pessoas da fila, avaliar a situação, pensar em agir com mais tato ou refletir sobre as consequências diplomáticas. Você deve ser agradável, mas não vai interagir com as pessoas da fila outra vez. Agora compare isso com uma situação diferente. Você entra na área da cozinha, no trabalho, e vê uma discussão acalorada entre três colegas. Você conhece todos os envolvidos e tem relações profissionais que podem ser favorecidas ou prejudicadas conforme seu tato e diplomacia. Nesse caso, você deve dedicar mais tempo para avaliar a situação, analisando as informações e o conteúdo emocional dos colegas. O que você vai dizer? Quais são as prováveis consequências da sua participação? A fila do supermercado não é lugar para treinar seu tato. Basta ser uma pessoa polida. É no trabalho que todas essas competências precisam entrar em ação. Todos ouvimos que as habilidades interpessoais pesam muito na reputação de alguém no trabalho, e é verdade. Uma pesquisa da Human Resource Society, com cerca de 700 es e profissionais de RH, revelou que 97% dos entrevistados contratariam um candidato com habilidades interpessoais fortes e habilidades técnicas fracas. Apenas 9% disseram preferir a combinação de habilidades técnicas fortes e habilidades interpessoais fracas. O tato e a diplomacia ocuparam o 60º percentil de importância, atrás da organização e competências de comunicação verbal. Neste curso, vamos abordar contextos em que reagimos ao estímulo da pessoa ou quando enfrentamos situações delicadas nas quais precisamos iniciar a conversa. Quando agimos com tato, melhoramos nossa reputação e valorizamos nossa marca profissional. Existem vantagens em adotar uma mentalidade diplomática e desvantagens em ignorá-la.